As pessoas acham que estou louco. E agora?  

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Imagine a seguinte situação: você pede demissão do seu emprego de muitos anos, resolve arriscar suas economias em um negócio próprio, passa a trabalhar 12 horas por dia incluindo fins de semana e feriados, se afasta da sua vida social e começa a se privar de uma série de confortos que você tinha antes. Qual é a reação da maioria das pessoas próximas a você? Te apoiar? Incrivelmente, a resposta é não! Elas começam a te julgar e, não muito raro, te chamam de louco!

Mas por que isso acontecesse?

O senso comum diz que nós temos um caminho a seguir, e esse caminho é o da estabilidade. O normal é estudar durante toda sua infância e adolescência, entrar na faculdade, conseguir um emprego e, no máximo, procurar fazer alguns cursos para buscar uma promoção no trabalho, até atingir uma situação relativamente estável. Situação esta que eu geralmente chamo de zona de conforto.

O sonho dos meus pais, assim como acredito que tenha sido o sonho da maioria dos pais da minha geração, era ver seus filhos formados e com empregos estáveis. Passar num concurso público então, é o o ápice desse sonho. Não culpo meus pais e seus contemporâneos por isso, inclusive agradeço diariamente a Deus por ter tido os pais maravilhosos que tenho e que sempre se preocuparam com minha educação e bem estar. Mas eles foram criados dentro desse modelo de estabilidade e aversão ao risco e acabaram nos transmitindo isso. Acredito plenamente que não só meus pais, como todos os pais querem o melhor para os seus filhos, porém infelizmente nem sempre o que eles acham ser melhor para seus filhos, de fato o é.

Dessa forma, sempre que alguém resolve sair um pouco desse padrão de estabilidade e decide abandonar um pouco sua zona de conforto e se arriscar em busca de objetivos maiores, essa pessoa começa a ser vista como um estranho pelos que o cercam. Para as pessoas comuns, esse tipo de comportamento é visto muitas vezes como perda de tempo, outras vezes como ganância ou ambição em excesso e, mais frequentemente, como loucura. Mas não se preocupe! Se você já foi chamado de louco pelo motivo citado acima, acredite: você está no caminho certo!

Porque devo arriscar?

 

Não sei quanto a você, leitor, mas minha resposta para esta pergunta é simples: porque eu acredito que só assim e alcançarei meus sonhos. Uma coisa que aprendi na área de investimentos é que o ganho é proporcional ao risco: quanto maior o risco que se corre, maior o ganho que se pode ter. Para conseguir concretizar meus sonhos (que algum dia falarei a respeito), preciso alcançar uma situação financeira confortável e, acima de tudo, preciso alcançar minha liberdade. Tenho plena convicção de que não vou conseguir isso trabalhando 8 horas por dia, tirando 30 dias de férias por ano e tendo alguém que controla meus horários e define quanto eu ganho ao final do mês.

Por isso, resolvi pensar um pouco fora da caixinha, arregaçar as mangas e lutar pela tão sonhada liberdade e independência financeira. Resolvi sair daquilo que Robert Kiyosaki e Sharon Lechter chamam, no livro Pai Rico, Pai Pobre, de a corrida dos ratos: um exercício sem fim, auto-destrutivo ou inútil, que faz lembrar a imagem dos esforços inúteis de um rato de laboratório tentando escapar correndo em uma roda ou em volta de um labirinto. Trazendo para a vida real, é como se nós em nossa rotina do dia a dia estivéssemos dispendendo enormes esforços correndo aleatoriamente, para ao fim não atingirmos nenhum objetivo coletivo ou individual. Basicamente, uma vida sem propósitos.

Que fique claro: não tenho nada contra aqueles que só buscam uma condição razoável de vida e estabilidade profissional. Todos têm esse direito e, inclusive, a maioria das pessoas almeja exatamente isto. Porém, eu creio que você, leitor do nosso blog, busque um algo mais e, talvez por isso, dedica seus preciosos minutos a ler um pouco das nossas experiências e dicas. Tenho certeza de que você, assim como os autores desse blog, têm sonhos grandes e são munidos de uma grande motivação em realizá-los. Temos o desejo mútuo de sermos protagonistas de nossas vidas, e não meros coadjuvantes que se contentam em seguir regras ao invés de construí-las.

Portanto, quando alguém te chamar de louco pelo fato de você estar se arriscando em algo novo, não se desespere. Pelo contrário, fique feliz e tenha isso como motivação! Isso significa que você está indo pelo caminho correto, se diferenciando da maioria. Mantendo este espírito, você certamente irá alcançar tudo aquilo que almeja.

Ah, e se ninguém nunca te chamou de louco, fique preocupado: você provavelmente não está arriscando o bastante!