O dom e a dedicação ou o dom da dedicação?

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É muito comum vermos pessoas que hesitam em tentar aprender algo novo como:

  1. uma nova língua;
  2. nova profissão;
  3. nova habilidade;
  4. novo hobby como tocar um instrumento musical, etc

sob a desculpa que deveriam ter começado mais cedo e por isto, já passou seu tempo. Por vezes, dizem que deveriam ter começado quando jovem.

Porém estas pessoas deveriam pensar sobre outra perspectiva.

Vamos pensar que 10 anos de treinamento, estudo ou preparação para fazer algo o tornará bom naquilo. Então vamos adotar o dobro deste tempo, 20 anos de práticas e estudos, como um fator para se tornar bom em algo como pior cenário. Com isto, se você tem 30 anos, aos 50 já será bom naquilo que deseja. Se tem 50, aos 70 já será bom. O que vemos com isto é que é bem viável dedicar este longo tempo de treinamento e compatibilizá-lo com o nosso ciclo vida e ainda assim aproveitá-lo por anos.

Outro ponto importante de reforçar é que a passagem do tempo ocorrerá obrigatoriamente para todos, a não ser que você acredite que irá morrer antes. Então, caso perca esta nova oportunidade de começar agora, daqui a 20 estará se culpando por não ter começado hoje ainda.

E daí vem a pergunta fundamental deste artigo: o que leva alguém a ser um expert? É ter o dom e por isto se dedicar para ser um expert. Ou será ter o dom de se dedicar até se tornar um expert?

A idéia de que qualquer pessoa tem o potencial para se tornar um expert ou adquirir uma habilidade tem recebido cada vez mais fundamentos científicos, sendo que aparentemente a única coisa que separa os comuns de um expert é a dedicação. Qualquer um pode ser um gênio se dedicar o tempo apropriado e mantiver o foco em se aprimorar.

Com exceção das limitações físicas de cada indivíduo, os ditos “dons naturais” são mera consequência da capacidade de concentração em uma determinada atividade. O talento parece ser resultado direto da dedicação e do desejo de fazer cada vez melhor. Em teoria, qualquer pessoa com dedicação suficiente para melhorar em uma atividade ficará melhor nela com o tempo.

Observando o processo de aprendizagem dos ditos talentos, é possível perceber que não apenas a repetição incansável, mas procurar por um nível de controle em cada aspecto da atividade escolhida é o fator que os fazem superiores no que fazem. Cada vez é uma tentativa de fazer melhor que a anterior. A maioria dos amadores chega somente até um estágio de conforto e não dedica tempo suficiente para melhorar. A falta de ambição os torna comuns.

A implicação dessa observação é simples: qualquer pessoa determinada, com ambição de se dedicar o tempo necessário para se tornar cada vez melhor em uma atividade e procurando melhorar a cada repetição, pode se tornar um expert. Portanto, a parte genética ou o ambiente do indivíduo contribui bem menos para o sucesso do que se imagina. É possível que esse pequeno diferencial seja um diferencial para ser o melhor do mundo, mas certamente é desprezível para contribuir para você se tornar brilhante na atividade que deseja.

Voltando ao ponto principal, acreditamos que é o dom da dedicação que torna alguém brilhante em algo. Da mesma forma, é a ambição em conseguir resultados cada vez melhores, somado ao tempo e a prática os fatores determinantes por tornar alguém um expert naquilo que deseja.

No gráfico apresentado acima, definimos 3 tipos de pessoas. Os experts, os comuns e os ruins em uma determinada atividade.

  • Os ruins estão entre os que nunca ou pouco tentaram, assim como os desistentes.
  • O comuns são aqueles que conseguiram dominar a nova atividade, mas não desejam ou buscam melhorias de resultados.
  • Os experts são aqueles que buscam vencer todas as barreiras de dificuldades para terem alto domínio da atividade. Os que chegam neste estágio só chegam devido ao dom da persistência buscando resultados cada vez melhores, aperfeiçoando-se durante cada execução da atividade.

Cada passagem de fase tende a ser desgastante, sendo que os desistentes param antes de passar a primeira fase que seria o domínio da atividade, enquanto os comuns não continuam a se aperfeiçoar para vencer a barreira da expertise, em geral se acomodando após vencer a primeira e desgatante primeira barreira do dominar a atividade.

Por fim, percebemos o que a figura abaixo apresenta:

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Quanto maior a persistência, maior o nível de habilidade e menor a dificuldade para a realização da atividade. A persistência está diretamente ligada ao tempo, enquanto habilidade e dificuldade são inversamente proporcionais.

Então, para se tornar um expert, ame o que você faz e faça repetidas vezes, buscando a perfeição. Caso não o faça, terá dificuldades muito maiores para vencer as barreiras que lhe esperam nesta trajetória. E comece o quanto antes. E não desista até ser um sucesso naquilo que deseja!